sábado, 3 de maio de 2008

De Lugar Nenhum, Um Dia



na tua vista a minha espelhada

horizonte sem brisas flor do dia

surgida da noite como rio silencioso

por entre nuvens negadas à melodia


no tombadilho ressoam turbilhões

contam-se contos escondem-se fadas

lendas antigas à flor-da-pele

memórias de metáforas desalinhadas


na tua vista a minha vista espelhada

pousa esta paixão sem altares ou portos

na pele do desejo com algemas de lua

por entre horas atadas em beijos loucos


um dia sei que os voos de longe

vão no meu sonho ficar pousados

como escravos entre escombros

nas prisões dos calendários apagados


sem receio dos cânticos das sereias

vozes trazem-te como das fadas o gosto

nesta invenção de um pôr-de-sol só meu

que jamais se espelhará em teu rosto.

4 comentários:

Josemar Pires Ribeiro disse...

Oi Flor.
Um belo espaço vc criou, lindos poemas, belas fotos e uma boa música... tres coisas indispensáveis para uma boa reflexão...e como é escrito por uma flor emana um delicioso perfume...
bjs

ÁRVORES DO SIMAO disse...

Caríssima Flor! De Lugar Nenhum, Um Dia comum, vim te ver ao teu anjo de carne e osso, alado de folhas de borboletas. Os teus versos são rotas desse anjo que leva ao desígnios os pensamentos dos navegantes, etéreo céu, etérea nuvem, etérea bondade de sonhar-si.

abraço, simao

Sonia Regly disse...

Esse seu Espaço é muito fofo!!! Vim agradecer a doce visita e dizer que fico muito honrada quando vc me visita!!!! Volte sempre!!! Beijinhos.

Lucia disse...

Lindo poema.
Que um por-do-sol único não tarde a chegar, para então dar lugar a um amanhecer mais belo, pleno e profundamente seu.
Beijos