quinta-feira, 17 de abril de 2008

A infância pede socorro

Eu havia decidido não comentar sobre o caso Isabella, contudo não posso ficar indiferente à barbárie.
A Morte da menina Isabella deixou uma extraordinária herança. Ampliou o debate como nunca, sobre um problema que ocorre no Brasil, diariamente crianças anônimas são submetidas as mais variadas formas de agressão: a violência doméstica.
Não estou dizendo que ela foi assassinada pelos pais, apesar dos vários indícios comprometedores, não há, até o momento, provas para condená-los.
O que estou focando é o fato de que a morte trouxe luz a este problema, até agora com pouca repercussão porque é mais comum entre família pobres e desestruturadas, vítimas de desequilíbrios emocionais extremos.
Nos últimos anos, tenho acompanhado vários casos de violência contra a criança no país e estou convencida de que muitas crianças escolhem viver nas ruas principalmente pela dificuldade de enfrentar a agressão familiar, agravada pelo consumo de álcool e das drogas, em meio ao ambiente de impunidade, mais precisamente pelo silêncio materno.
Isso tudo é sabido e denunciado por médicos, assistentes sociais, psicólogos e educadores. Mas nunca, nem remotamente, se prestou tanta atenção nesse tema como no caso Isabella – essa é a triste e monumental herança que a menina deixou.
O problema é que esse tipo de caso tem que ocorrer na classe média para que a nação acorde.

2 comentários:

ÁRVORES DO SIMAO disse...

Caríssima Flor! É sabido que a vida está fadada à morte, porque esse fato é do preceito que regula a existência dos seres vivos da Terra, nascer/morrer. Entretanto, sabe-se, discute-se, que a morte precoce de qualquer indivíduo, se não for natural, acidental ou por fatalidade, é crime. O caso da Isabella não é o primeiro e não será o único crime dessa natureza. Eu penso que, embora os pais medonhos dessa criança insistam em negar a autoria bruta, mesquinha e covarde, a Polícia já conseguiu indícios suficientes para provar e formular a queixa contra esses malvados infelizes, dito, pai e madrastra da menina, nem mais precisa da confissão desses infortúnios cidadãos. Resta agora a denúncia, a pronúncia do MP, resta agora a Justiça seja feita, resta agora a satisfação à sociedade civil, o respeito IN MEMORIAM à infância da CRIANÇA. Solidário a você, não tenho como dizer o contrário, só me resta também a indignação, cumpra-se a Lei.

abraço, simao

Lucia disse...

Flor:

Triste, né?
Fico impressionada com duas coisas, principalmente: com a violência cotidiana q só parece mobilizar as pessoas qdo atinge um grau enorme de crueldade e, ao mesmo tempo, com a cobertura sensacionalista da mídia, q foca suas luzes num objeto só, deixando às escuras todos os outros q não possuem esplendor suficiente para virar notícia.
Fico me perguntando qdo será q criança pobre, feinha, suja ou pretinha tb causará indignação.
Beijos, menina sensível